Livre quer evitar cenário "medonho" em 2015

O Partido Live quer ser "um partido do meio da esquerda" e promover um "entendimento" entre as forças políticas dessa área, "para evitar cenários entre o mau, o péssimo e o medonho em 2015", ano de eleições legislativas.
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No último dia do congresso fundador do Livre, que teve lugar na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, o eurodeputado Rui Tavares disse à agência Lusa que há em Portugal "um abismo enorme" entre os partidos ditos de esquerda "e nada no meio".

O Livre pretende posicionar-se nesse espaço, que "o Bloco de Esquerda (BE) teve durante bastante tempo algumas possibilidades de ocupar".

Rui Tavares referiu que "foi isso que aproximou do BE muita gente" e que ele próprio foi "eleitor do BE durante bastante tempo" e até candidato por esta força política às eleições europeias há cinco anos", porque achava que era importante "trazer o Bloco para esse espaço no meio da esquerda".

"Nitidamente, isso não foi o que ocorreu, não apareceu um Bloco que fizesse pontes com o PS, o que é uma pena porque isso acabou por atirar o PS para os braços da direita", considerou.

O eurodeputado disse acreditar na existência de "condições objetivas" para um acordo à esquerda de âmbito governativo.

"Creio que a maior parte do eleitorado de esquerda quer esse entendimento. São as direções que, normalmente, têm muita dificuldade em fazer esse entendimento", sentenciou

"Se a direita ganhar as eleições europeias, depois de tudo o que se passou no país, será uma desautorização da nossa esquerda e um abandono do nosso povo terrível", afirmou.

Rui Tavares afirmou, também, que "o Livre vai participar nestas eleições europeias".

Se já estiver legalizado pelo Tribunal Constitucional, o Livre "poderá participar eleitoralmente", mas pela sua parte prefere "que a esquerda vá junta às eleições europeias, por que é possível, porque o regimento do Parlamento Europeu o admite".

"Será uma desautorização completa de tudo o que a esquerda andou a dizer em Portugal se nas eleições europeias nós estivermos a dizer a Portugal, à Europa e ao Mundo que afinal os partidos que governaram com a 'troika' podem ganhar umas eleições europeias, como já apareceu em certas sondagens", acrescentou.

Mas o Livre tem um receio maior, que Rui Tavares expõe assim: "Acima de tudo, o que nos preocupa, mais do que as europeias, são as legislativas. É para evitar cenários entre o mau, o péssimo, e o medonho em 2015 que nós surgimos".

No congresso realizado do Porto, foi eleito o órgão executivo do novo partido, designado Grupo de Contacto, integrado por 15 membros e o Conselho de Jurisdição, tendo concorrido uma única lista a ambos.

Os participantes, cerca de uma centena, elegeram ainda a Assembleia do partido e aprovaram o programa político, a declaração de princípios e os estatutos, documentos essenciais para a legalização do Livre junto Tribunal Constitucional.

O Livre convidou "todos os partidos democráticos" para o seu congresso, tendo estado presentes, nomeadamente, o BE e o Partido Humanista, disse à Lusa uma fonte do partido, que afirmou desconhecer se o PS se fez representar.

O PCP não respondeu ao convite, adiantou também.

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